quinta-feira, 27 de março de 2008

É hoje o dia ... da alegria... onde a tristeza nem pode pensar em chegar


Como podem ver no contador aí ao lado, chegamos a mais um fim de contagem regressiva e um novo encontro, amanhã estou aterrisando em Lisboa. Quando puder passo por aqui para dar notícias e colocar alguma fotinho. Meninas em terras lusas, seus telefones já estão anotadinhos, pode deixar que eu ligo.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Feliz Páscoa!


Não sei se terei tempo para dar um pulinho aqui no Domingo, então, como hoje já é feriado e todo mundo está no clima do coelhinho, vim desejar a todos uma Feliz Páscoa, com muitos ovinhos de chocolate e amêndoas e mais do que isso, desejar um rico período de mudanças, renovação, esperança e prosperidade, verdadeiros significados dessa data.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Quero saltar como nunca quis antes...




O SALTO
(Antônio Prata)


A gente não tem como saber se vai dar certo.
Talvez, lá adiante, haja uma mesa num restaurante, onde você mexerá o suco com o canudo, enquanto eu quebro uns palitos sobre o prato. Pequenas atividades às quais nos dedicaremos com inútil afinco, adiando o momento de dizer o que deve ser dito.
Você acabou de sair da minha casa, seu cheiro ainda surge vez ou outra pelo quarto.
Quem sabe não seremos felizes? Entre a concretude do beijo de cinco minutos atrás e a premonição do canudo girando no copo pode caber uma vida inteira. Ou duas.
Passos improvisados de tango e risadas, no corredor do meu apartamento. Uma festa cheia de amigos queridos, celebrando alguma coisa que não saberemos direito o que é, mas que deve ser celebrada. Abraços, borrachudos, a primeira visão de seu necessaire (para que tanto creme, meu Deus?!), respirações ofegantes, camarões, cafunés, banhos de mar. Você me agarrando com as pernas e tapando o nariz, enquanto subimos e descemos com as ondas.
Mãos dadas no cinema, uma poltrona verde e gorda comprada num antiquário, um tatu bola na grama de um sítio, algumas cidades domesticadas sob nossos pés, postais pregados com tachinhas no mural da cozinha e garrafas vazias num canto da área de serviço.
Então, numa manhã, enquanto leio o jornal, te verei escovando os dentes e andando pela casa, dessa maneira aplicada e displicente que você tem de escovar os dentes e andar ao mesmo tempo e saberei, com a grandiosa certeza que surge das pequenas descobertas, que sou feliz.
Talvez, céus nublados e pancadas esparsas nos esperem mais adiante. Silêncios onde deveria haver palavras, palavras onde poderia haver carinho, batidas de frente, gritos até.
Depois faremos as pazes. Ou não!?
Tudo que sabemos agora é que eu te quero, você me quer e temos todo o tempo e o espaço diante de nossos narizes para fazer disso o melhor que pudermos.

Se tivermos cuidado e sorte - sobretudo, talvez, sorte...quem sabe, dê certo?
Não é fácil. Tampouco impossível.
E se existe essa centelha quase palpável, essa esperança intensa que chamamos de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmosem pleno ar.
Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo.
O verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão, mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto.